A Bíblia é bem explícita ao dizer que só há um modo de chegar ao conhecimento da verdade última, a saber, aceitar a revelação que nos é dada na Bíblia. A Bíblia é a verdade dada por Deus… Talvez alguém pergunte: «Mas isso não é suicídio intelectual?». A resposta é que não é. É o que se deduz do que Pascal diz a respeito da suprema realização da razão e dos limites da razão… Uma vez que tenhamos feito isso, uma vez que nos tenhamos submetido à revelação… Uma vez que eu tenha vislumbrado a verdade graças à operação do Espírito Santo em minha mente (e nada posso fazer sem isso), então começo a usar a minha razão de um modo que me fora totalmente impossível antes. Agora eu a uso em toda a sua força, e começo a ver razão e sentido em tudo.
Não é mera teoria; é algo que se pode ilustrar na prática. Considere, por exemplo, o apóstolo Paulo e leia as suas epístolas. Nada o impressionará tanto como o elemento de razão, lógica, argumentação e sua poderosa apreensão da verdade… Você não pode penetrar a verdade por meio do raciocínio; você a penetra aceitando a revelação; mas depois você começa a raciocinar, a compreender e a possuir. Considere homens como Paulo, Agostinho, Tomás de Aquino, Lutero, Calvino, Pascal de novo, e outros mais. Estes são alguns dos gigantes intelectuais dos séculos, e o foram porque tiveram a sabedoria de perceber até onde a razão os podia levar, submetendo-se, então, à revelação. Foram levantados e iluminados pelo Espírito de Deus e, depois, suas mentes e seus gigantescos poderes de raciocínio começaram a manifestar-se… Somente à luz do ensino da Bíblia é que eu realmente me compreendo a mim mesmo… Somente aí é que vejo algum verdadeiro sentido da vida. Somente aí é que recebo algum ensinamento sobre a morte. Somente aí obtenho compreensão da história – o sentido da história, a meta da história, o fim da história, tudo isso está na Bíblia.
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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