… É evidente que o nosso Senhor escolheu com todo cuidado estas bem-aventuranças. Não as pronunciou ao acaso. Há uma progressão definida no pensamento; há uma seqüência lógica… «Bem-aventurados os misericordiosos». Como é penetrante essa afirmação! Que teste para cada um de nós, da nossa posição e da nossa profissão de fé cristã! São esses os felizes, afirma Cristo, os que merecem congratulações. O que o homem deve ser é isto – misericordioso. Talvez seja este o ponto conveniente para darmos ênfase ao caráter esquadrinhador da global exposição que denominamos as bem-aventuranças. Nosso Senhor descreve e delineia o cristão e o caráter cristão. É óbvio que Ele nos está investigando e testando… Como reagimos a esses penetrantes testes e exames? Eles realmente nos dizem algo sobre a nossa profissão de fé cristã. E se não me agradam exames deste tipo, se me impaciento com eles, se ao invés disto quero debater o comunismo, se não gosto desta análise, desta prova, deste teste pessoal, significa simplesmente que minha posição é por completo contrária à do homem do Novo Testamento. Mas se, por outro lado, eu acho que, embora estes exames me esquadrinhem e me magoem, são indispensáveis e boas para mim, se acho que me faz bem ser humilhado, e que é uma coisa benéfica para mim, que eu me coloque face a face com este espelho, o qual… me mostra o que sou… à luz do modelo de Deus para o cristão, então tenho o direito de estar esperançoso quanto ao meu estado e condição. O cristão verdadeiro nunca se opõe a ser humilhado. A primeira coisa que se diz dele (nas bem-aventuranças) é que ele deve ser «humilde de espírito», e se ele se opõe a que seja posto à mostra que não há nada nele, então aquilo não é verdade quanto a ele. Desta maneira, estas bem-aventuranças, tomadas como um conjunto global, suprem-nos de um teste deveras penetrante.
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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