Nosso Senhor… (leva-nos) ao clímax grandioso naquele extraordinário quadro das duas casas. Elas representam dois homens ouvindo estas coisas; um deles as põe em prática, o outro, não. Uma vez mais a grandeza do Sermão da Montanha, seu caráter penetrante, a profundidade do seu ensino, seu caráter verdadeiramente alarmante mesmo, se interpõem à nossa atenção.
Nunca houve sermão como este. A todos nos atinge, de um jeito ou doutro, num ponto ou noutro. Não há possibilidade de fuga; ele nos busca em todos os nossos esconderijos e nos traz à luz de Deus. Não há nada… que seja tão falto de inteligência e tão fátuo como a afirmação daqueles que gostam de dizer-nos que o que realmente apreciam no Novo Testamento é o Sermão da Montanha. Não gostam da teologia de Paulo e de toda essa conversa sobre doutrina. Dizem: “Prefiro o Sermão da Montanha, uma coisa prática, uma coisa que o homem pode fazer por si mesmo”. Bem, aqui está ele!
Não há nada que nos condene tão completamente como o Sermão da Montanha; não há nada tão completamente impossível, tão terrificante e tão repleto de doutrina. Deveras, não hesito em dizer que, se eu não conhecesse a doutrina da justificação exclusivamente pela fé, jamais olharia para o Sermão da Montanha, porquanto é um sermão ante o qual todos nós ficamos completamente desnudos, bem como sem esperança. Longe de ser algo prático, bastando pegá-lo e pô-lo em prática, é, de todos os ensinamentos, o mais impossível, se fomos deixados entregues a nós mesmos. Esse grandioso Sermão está repleto de doutrina e conduz à doutrina. É uma espécie de prólogo a toda a doutrina do Novo Testamento.
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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