Certa vez ouvi um homem empregar uma frase que na ocasião comoveu-me bastante, e ainda o faz. Fico em dúvida se não se trata de uma das mais penetrantes afirmações que já ouvi. Disse ele que o problema de muitos de nós, cristãos, consiste em que cremos no Senhor Jesus Cristo, mas não em tudo quanto Ele diz. O homem queria dizer que cremos em Cristo quanto à salvação de nossas almas, mas não cremos nEle quando nos diz coisas como esta: que Deus cuida da nossa alimentação e bebida, e até do nosso vestuário. Ele faz afirmações tais como: «Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei» (Mateus 11.28). Contudo, mantemos conosco os nossos problemas e preocupações, e somos abatidos e derrotados por eles, enchendo-nos de ansiedade por causa da situação.
Ele nos convidou a chegarmos a Ele quando nos sentíssemos assim; Ele nos disse que se tivermos sede em qualquer sentido, podemos ir a Ele, e nos assegurou que todo o que vier a Ele jamais terá sede, e que todo o que comer do pão que Ele dá, jamais terá fome. Ele prometeu dar-nos «uma fonte a jorrar para a vida eterna» (João 4.14), de modo que nunca mais sentiremos sede. Não cremos nas Suas palavras, porém. Considere todas as afirmações desse tipo, que Ele fez quando esteve na terra, as palavras que dirigiu aos que O rodeavam; todas elas dizem respeito a nós. São relevantes para nós hoje, tão definida e definitivamente como quando Ele as proferiu pela primeira vez, e o mesmo acontece com todas as surpreendentes afirmações presentes nas Epístolas. O problema é que não cremos nas Suas palavras. Esse é o problema, em última análise. A «pouca fé» realmente não aceita a Escritura como ela é, não crê nela, não a vive e nem a aplica deveras.
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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