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12 de setembro – Uma carta régia para toda alma anelante

Em (Mateus 5.6) temos uma das mais notáveis afirmações do Evangelho cristão e de tudo que ele tem para dar-nos. Permita-me descrevê-la como a grande carta régia para toda alma anelante, a marcante declaração que o Evangelho cristão faz a todos os que se sentem infelizes consigo mesmos e com o seu estado espiritual, e que anseiam por uma categoria e qualidade de vida que até então não desfrutaram… É bem doutrinária; salienta uma das mais fundamentais doutrinas do Evangelho, qual seja a de que nossa salvação é inteiramente de graça ou pela graça, que é toda ela o livre dom de Deus…

É um daqueles textos que se subdividem naturalmente diante de nós, e tudo que temos que fazer é observar o significado das várias expressões empregadas. Evidentemente, portanto, a expressão com a qual se deve começar é «justiça». «Bem-aventurados – ou felizes – os que têm fome e sede de justiça.» São as únicas pessoas verdadeiramente felizes. Pois bem, o mundo inteiro anda em busca de felicidade…

Toda gente quer felicidade. Esse é o grande motivo que se encontra atrás de cada ato e de cada ambição, atrás de toda obra, de toda luta e de todo esforço. O objetivo de tudo é felicidade. Mas a grande tragédia do mundo é que, não obstante se entregue à procura da felicidade, nunca parece capaz de achá-la. O presente estado do mundo forçosamente nos faz lembrar isso. Que é que acontece? Segundo penso, a resposta está em que nunca chegamos a entender esse texto como deveríamos… Que é que ele significa? Quero expressar esta verdade em linguagem negativa: Não sentimos fome e sede de bem-aventurança; não sentimos fome e sede de felicidade. Mas é assim que a maioria age! Ressaltamos a felicidade e a bem-aventurança como a coisa que desejamos por excelência, e assim a perdemos sempre; ela sempre nos ilude. Segundo as Escrituras, a felicidade jamais é algo a que devamos aspirar diretamente; é sempre algo que resulta da procura de outra coisa.

Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES

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