Às vezes, num domingo, Deus derrama abundantemente a Sua graça, ficando eu consciente de excepcional liberdade – e sou bastante tolo para dar ouvidos ao diabo, quando ele diz: «Agora, então, espere até o próximo domingo. Vai ser maravilhoso. Haverá ainda maior congregação reunida». E vou para o púlpito no domingo seguinte e vejo menos gente. Noutra ocasião, porém, fico a mourejar neste púlpito, como que abandonado a mim mesmo, pregando mal e de maneira inteiramente fraca, e vem o diabo e diz: «É, não haverá ninguém aqui, no próximo domingo». Mas, a Deus graças, no domingo seguinte encontro mais gente reunida. Esse é o método da contabilidade de Deus. Você nunca sabe. Subo ao púlpito em fraqueza e concluo em poder. Subo com autoconfiança, e acabo me sentindo um tolo. É a contabilidade de Deus… Ele sempre nos está fazendo surpresas. A maneira como Ele faz o trabalho de guarda-livros é a coisa mais romântica que conheço no mundo inteiro.
Nosso Senhor falou de novo, sobre isso, na terceira parábola do capítulo vinte e cinco do Evangelho segundo Mateus. Você recorda a descrição feita por Ele daqueles que no fim do mundo virão esperando recompensa, mas aos quais Ele nada dará, e então dos outros, aos quais Ele dirá: «Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo». E eles dirão: «Nada fizemos. Quando foi que Te vimos nu, ou com fome ou sede, e Te demos de beber?» E Ele dirá: «Porque o fizestes ao menor dos meus irmãos, o fizestes a mim». Que surpresa será! Esta vida está cheia de romance. Nossos livros-razão são obsoletos; não têm nenhum valor. Estamos no reino de Deus e a contabilidade é a de Deus. Tudo é pela graça.
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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