Tentemos, pois, definir este homem que chora. Que espécie de homem é ele? É triste, mas não é rabugento. É triste, mas não é angustiado. É sério, mas não é solene. É sóbrio, mas não é sombrio. É austero, mas não é frio nem inacessível. Há calor e atração em sua austeridade. Este homem, em outras palavras, é sempre sério mas não precisa afetar seriedade. O verdadeiro cristão jamais tem que estar vestindo uma aparência quer de tristeza quer de jovialidade. Não, não. Ele vê a vida com seriedade; contempla-a espiritualmente e vê nela pecado e seus efeitos. É sério e de mentalidade sóbria. Sua maneira de ver as coisas é sempre séria, mas, graças aos conceitos que assim formula e à compreensão da verdade, ele possui também uma «alegria indizível e cheia de glória» ( 1 Pedro 1.8). Daí, ele se parece com Paulo, «gemendo no seu íntimo» e contudo feliz por causa de sua experiência com Cristo e com a glória por vir (Romanos 8.23). O cristão em nenhum sentido é superficial, mas, sim, é fundamentalmente sério e fundamentalmente feliz. Como você percebe, a alegria do cristão é santa, a felicidade do cristão é séria … é uma alegria solene, é uma alegria santa …
…profunda doutrina do pecado, uma elevada doutrina da alegria – e ambas, juntas, produzem este bem-aventurado, este feliz cristão que chora e que, ao mesmo tempo, é consolado. O modo pelo qual se pode experimentar isso consiste, evidentemente, em ler as Escrituras. estudá-las e meditar nelas, orar a Deus, pedindo o Seu Espírito para revelar-nos a nós mesmos o pecado que há em nós, e para revelar-nos, em seguida, o Senhor Jesus Cristo em toda a Sua plenitude. «Bem-aventurados os que choram. porque serão consolados».
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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