«Olhai os … lírios do campo», as flores silvestres que florescem espontâneas, a erva. Os estudiosos gastam muitas páginas tentando resolver com exatidão o significado de «lírio». Mas certamente Cristo se refere a flores comuns que cresciam nos campos da Palestina, e com as quais todos estavam bem familiarizados. Diz Ele: Olhai essas flores considerai·as; não trabalham nem fiam, e contudo, olhai-as. Vede essa maravilha, essa beleza, essa perfeição. Pois nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer delas. A glória de Salomão era proverbial entre os judeus. Você pode ler no Antigo Testamento acerca de sua magnificência – o vestuário esplêndido e todas as maravilhosas vestes do rei e sua corte, os seus palácios de cedro com o mobiliário revestido de ouro e com incrustações de pedras preciosas. Todavia, diz nosso Senhor, tudo isso se torna pálida insignificância quando comparado com uma dessas flores. Há uma qualidade essencial nas flores, na forma, nos seus contornos, na sua textura e substância, e no colorido, que o homem, com todo o seu engenho, jamais pode imitar realmente.
A mais humilde flor pode inspirar-me pensamentos que jazem tão profundos que as lágrimas não podem me provocar.
É isso que Cristo vê. Ele vê a mão de Deus; Ele vê a perfeita criação; Ele vê a glória do Todo-poderoso. A pequenina flor talvez jamais notada durante toda a sua breve existência neste mundo, e que aparentemente «desperdiça o seu dulçor nos ares do deserto», é, contudo, vestida por Deus com perfeição. É um fato, não é? Assim sendo, faça a dedução pertinente: «Ora, se Deus veste assim a erva do campo … quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?»
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