… Estas bem-aventuranças, conforme se vão sucedendo, tornam-se crescentemente difíceis … a que estamos considerando agora é a mais penetrante, mais difícil, requer mais humildade, e é até mais humilhante … A primeira bem-aventurança move-nos a percebermos a nossa própria fraqueza e a nossa própria incapacidade … faz-nos sentir que nada temos de bom … Mas aqui, digo eu, há algo que vai ainda mais fundo – “Bem-aventurados os mansos”.
Pois bem, por que isso? Porque aqui chegamos a um ponto em que começamos a interessar-nos por outras pessoas. Deixe-me expressar assim esta verdade: Posso ver minha completa nulidade e desamparo face a face às exigências do Evangelho e da lei de Deus. Fico ciente, quando sou sincero para comigo mesmo, do pecado e do mal que existem dentro de mim, e que me arrastam para baixo. E estou disposto a enfrentar essas duas verdades. Mas, quanto mais difícil é permitir que outros digam coisas desse tipo acerca de mim! Instintivamente reajo contra isso. Todos nós preferimos condenar-nos a nós mesmos, a deixar que alguma outra pessoa nos condene. Eu digo de mim mesmo que sou pecador, mas instintivamente não gosto que outra gente diga que sou pecador… Até aí eu, pessoalmente, estou olhando para mim mesmo. Agora, outros me olham, tenho relacionamento com eles, e eles me fazem determinadas coisas. Como reajo a isso? É desse assunto que se trata nesta bem-aventurança. Creio que você concordará comigo em que isso requer mais humildade e é mais humilhante do que tudo que se disse nas bem-aventuranças anteriores. É deixar que outros focalizem o holofote em mim, em vez de o fazer eu mesmo.
Studies in the Sermon on the mount, i, p. 64,5.
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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