Esta bem-aventurança (Bem-aventurados os mansos), esta descrição específica do cristão, causa real surpresa porque é deveras completa e inteiramente oposta a tudo que o homem natural pensa. “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”. O domínio do mundo – a posse do universo inteiro – entregue aos mansos, por estranho que pareça! O mundo pensa em termos de força e poder, de capacidade, de autoconfiança, de agressividade. Essa é a ideia que o mundo faz de conquista e posse. Quanto mais você afirma e expressa a sua personalidade, quanto mais você organiza e demonstra em público os seus poderes e as suas capacidades, maior probabilidade você tem de obter sucesso e de progredir. Eis, porém, surge aqui esta afirmativa espantosa: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” – e somente eles. Uma vez mais, então, se nos recorda … que o cristão difere completamente do mundo. É diferença qualitativa, diferença essencial. Ele é um novo homem, uma nova criatura; pertence a um reino totalmente diferente. E não é só que o mundo é diferente dele; o mundo não pode compreendê-lo de modo algum. É um enigma para o mundo. E se, neste sentido primordial, você e eu não somos problemas e enigmas para os descrentes que nos cercam, então isso nos fala muita coisa sobre a nossa profissão de fé cristã.
Studies in the sermon on the mount, i, p. 63.
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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