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20 de junho – A pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria em vez de pranto, veste de louvor em vez de espírito angustiado (Isaías 61:3)

“Chorar” é… inteiramente inevitável. Quando me de­fronto com Deus e Sua santidade, e pondero na vida que eu devia viver, vejo-me a mim, vejo meu completo desamparo e desesperança… Mas é óbvio que a coisa não para aqui. A pessoa que verdadeiramente encara a si mesma… neces­sariamente chora seus pecados também… se eu deploro estas coisas em mim mesmo, estou, de fato, chorando.
Todavia, ainda não é aqui que se detém o cristão. O ver­dadeiro cristão… também chora por causa dos pecados alheios… Ele vê que o mundo inteiro está numa condição doentia e infeliz. Ele sabe que isso tudo se deve ao pecado; e por isso chora.
Aí está porque nosso Senhor chorou… Ele viu essa coisa feia, hórrida e imunda chamada pecado, que havia penetrado na vida… e que transtornara a vida humana e a tornara infeliz…
É isso que se pretende dizer por chorar, no sentido espi­ritual, no Novo Testamento… É a própria antítese do espírito, da mentalidade e da perspectiva do mundo que, conforme nosso Senhor o coloca, “agora ri”… O mundo ri-se e diz: “Não fiquem repisando muito nessas coisas”… A ati­tude do cristão é essencialmente diversa.
(Mas) nosso Senhor faz nestas bem-aventuranças uma afirmação completa, que deve ser aceita como tal. “Bem-aven­turados os que choram”, diz Ele, “porque serão consolados”. Aquele que chora é realmente feliz, afirma Cristo; esse é o paradoxo. Em que sentido é feliz? …Aquele que verdadei­ramente chora por causa do seu estado e condição de pecado, caminha para o arrependimento; na verdade, ele já está, de fato, se arrependendo… Se nós choramos deveras, regozijar­-nos-emos, seremos felizes e seremos consolados… Eis aí algo espantoso na vida cristã. Sua grande tristeza o levará à alegria, e sem tristeza não haverá alegria.

Studies in the Sermon on the Mount, i. p. 58-60.

Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES

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