O Senhor está dizendo (Mateus 6.19) que os tesouros terrenais não duram; que são transitórios, passageiros, efêmeros. “Mudança vejo em tudo e corrupção” * “… onde a traça e a ferrugem corroem”.
Como isto é verdade! Há um elemento de decadência em todas essas coisas, queiramos que seja assim ou não… Essas coisas nunca satisfazem plenamente. Há sempre alguma coisa errada com elas; sempre lhes falta algo. Não há uma pessoa sequer no mundo inteiramente satisfeita; e embora em certo sentido algumas pareçam ter tudo quanto desejam, continuam querendo mais alguma coisa…
Há outro modo de encarar o efeito da traça e da ferrugem, no sentido espiritual. Não somente existe um fator de decadência nessas coisas; também é certo que temos a tendência de cansar-nos delas… Daí porque estamos sempre falando em coisas novas e as estamos sempre buscando. As modas mudam; e embora fiquemos muito entusiasmados com certas coisas por um pouco de tempo, logo deixam de interessar-nos tanto… Portanto, a verdade última, a respeito dessas coisas, é que elas perecem inevitavelmente. A mais bela flor que você possa achar começa a morrer assim que você a colhe. Não demora e você terá que jogá-la fora. Esta verdade marca tudo que pertence a esta vida e a este mundo… As coisas vão-se consumindo e ficando inúteis… O físico mais perfeito um dia cede, entra em colapso e morre. Por mais belas, maravilhosas e gloriosas que sejam as coisas, todas elas fenecem. Talvez seja esta a razão por que o mais triste de todos os fracassos da vida seja o fracasso do filósofo que crê no culto à bondade, à beleza e à verdade; porque não há tal coisa como bondade perfeita, não há tal coisa como beleza pura; há sempre um elemento de erro e pecado, e há sempre mentira nas verdades mais elevadas. “A traça e a ferrugem corroem”.
* “Hinário Evangélico” n 477, terceira estrofe.
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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