Quão diferentes são os testes que os homens aplicam daquilo que encontramos (no Evangelho)! … Tendemos por olvidar ao próprio homem ao nos interessarmos pelas várias partes componentes do ser humano e nas várias fases da sua vida e das suas atividades… Quão numerosas são as perguntas feitas pelos homens! Quão amplo é o seu campo de investigação, e quão conflitantes as suas opiniões sobre o que é, realmente, o problema! … Alguns, tais como os antigos fariseus, só se preocupam com as aparências. O único teste que aplicam é o da moralidade e respeitabilidade externas. Para outros, o ponto de maior importância consiste na opinião que acaso tenhamos sobre o tema da guerra ou da paz, ou sobre assuntos como álcool, educação e moradia.
Enquanto as nossas opiniões sobre esses pontos lhes satisfazem, concordam em que somos crentes; e é extraordinariamente notável o zelo e energia, para não dizer o espírito impetuoso e polêmico, com que estão dispostos a pregar e propagar essas idéias. Para outros, ainda, cristão é, primeiramente e acima de tudo, aquele que subscreve determinado número de proposições filosóficas gerais… Que paródia do Evangelho! Quão falso é para com o seu método!…
O Evangelho conta apenas com um teste preliminar. Não se trata da nossa conduta externa, e nem das nossas boas obras. E nem se trata de nossa inteligência ou de nossa opinião sobre alguma questão social de particular premência. A questão não é a nossa riqueza ou pobreza, nem a nossa ignorância ou erudição. Consiste tão-somente disto: Qual é a nossa posição diante de Deus? À parte de tudo quanto somos e de tudo quanto fazemos, que dizer a nosso próprio respeito? É o homem como tal, em sua profundeza e em seu âmago, que realmente importa. O motivo é mais importante do que o ato. O que se não vê é mais importante do que o que se vê… A questão vital, a única coisa que realmente importa, é como nos achamos quando nos defrontamos face a face com Deus e com Deus somente.
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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