Todas as nossas grandes necessidades estão resumidas (nestas três petições). “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. “E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal”. A nossa vida toda está aí nessas três petições, e é isso que faz com que esta oração nos cause tão completo assombro.
Em tão curto espaço o Senhor abrangeu a vida inteira do crente, em todos os sentidos. Estão incluídas as nossas necessidades físicas, as nossas necessidades mentais e, por certo, as nossas necessidades espirituais. O corpo é lembrado, a alma é lembrada, o espírito é lembrado. E o homem integral é isso: corpo, alma e espírito.
Imagine todas as atividades que se estão desenrolando no mundo neste momento – trabalhos de organização, de planejamento, de legislação e tudo mais; na maior parte, ocupam-se de nada mais senão do corpo humano, da vida e existência do homem neste mundo condicionado pelo tempo. Essa é a tragédia da perspectiva terrena, porquanto há uma outra esfera, a esfera das relações – a alma, coisa pela qual o homem estabelece contato com o próximo, meio de comunicação uns com os outros e com toda a vida e atividade social. Tudo isso está ali. E acima de tudo, temos o espiritual, aquilo que liga o homem a Deus, e lhe faz lembrar que ele é algo mais do que pó, e que, como diz Longfellow: “És pó e ao pó tornarás, não se refere à alma”. O homem foi feito desse jeito; ele não pode fugir disto, e o Senhor fez provisão para isto.
Não podemos deixar de impressionar-nos com o caráter amplamente inclusivo dessas petições. Não quer dizer que não devamos nunca entrar em detalhes; devemos, somos ensinados a proceder assim. Somos ensinados a apresentar os pormenores da nossa vida a Deus, em oração; mas temos aqui somente os grandes títulos. O Senhor no-los dá, e nós preenchemos os pormenores. É-nos, porém, importante, estar seguros de que todas as nossas petições estejam subordinadas a um ou outro desses títulos.
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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